Eu me chamo Honir. Honir de Skjemen. Sou um Torvalds. Um homem do norte nascido e criado sob o martelo de Thor. Não há outra palavra que eu conheça. Não aprendi os estudos das letras, como muitos dos fracos homens do sul. Não sei ao menos escrever o nome que grito nos campos durante a batalha. Mas sei cortar meus inimigos em dois com um só golpe. E para mim isso basta.
Em minha família sempre fora assim. Meu pai, Cerdic, era um grande caçador. Minha mãe era costureira, Meu pai me levava para as caçadas com ele. Desde muito cedo aprendi a viver na mata. A buscar as pistas dos animais entre as neves. A sentir o cheiro que vem com o vento. Odin me deu um grande tamanho, e como pagamento me encurtava a paciência. Eu nunca fui um homem de falar duas vezes. Acho que sou como meu pai, ou como o que me lembro dele.
Com os anos passando me tornei um caçador tão bom quanto meu pai. Meu tamanho me colocava em vantagens, e tinha a fúria. O Frenesi de Odin que em batalha me consumia. Nenhum dos guerreiros da minha vila havia visto algo daquela maneira. Eu me lembro bem. Foi durante um ataque das bestas. Elas invadiram a vila, queriam levar o primogênito do High Jarl. Invadiram à noite e covardemente, mataram a mãe da criança e levaram o pequeno. Eu me lembro de acordar em meio a madrugada com o toque do Horn da batalha. A correria dos homens se armando do lado de fora das casas, as tochas que eram acesas com óleo de baleia. Em poucos minutos estávamos todos reunidos diante da praça. Os grupos dos homens fora dividido e eu parti com o grupo do high jarl. Passamos horas em meio a mata e a neve, era difícil seguir o rastro daquelas bestas. Mas eu as encontrei. Estavam numa clareira, o pequeno amarrado como um escravo. Talvez estivessem esperando o navio de metal que os trazia. Não sei. Apenas me lembro de ouvir o grito de Falkes. Foi como se meu sangue fervilhasse e fluísse pelo meu corpo com a ferocidade de mil larls. Os músculos contraiam, e a garganta rasgava num grito como se pudesse estourar todos os vasos.
Contam que parti para cima deles. Contam que jamais viram um machado descer com tanta violência e força. Contam que quando me acertavam e me atiravam contra arvores que se partiam, eu me erguia. Repleto de sangue, do meu sangue.. e com novo grito me atirava contra as férias, decepando braços, abrindo peitos, rasgando faces. Meu machado bebia do sangue daquelas bestas. Os homens de meu grupo ajudavam a abater os Kurii. Logo o grupo de meu pai também chegava e não sobrava uma única besta que não houvesse manchado o branco da neve com o vermelho de seu sangue. A luta acabava. Mas contam que eu permanecia a gritar e bater contra tudo que se movia. Foram necessários 10 homens para conter a minha ira. Para aplacar o frenesi de Odin que estava em meu corpo. 10 homens para me segurar e avisar que havia acabado. Os kurii estavam mortos, o pequeno estava a salvo.
O que me lembro veio voltando em lampejos. Lembro da fogueira, lembro das bebidas, dos homens a rir. Lembro do sangue que cobria meu corpo. Dos agradecimentos. Das historias que contavam para as crianças sobre a luta. Da cicatriz que ganhei no rosto naquele combate. Naquela dia eu decidi que caçaria aquelas bestas. E arrancaria a cabeça de cada uma delas.. Com o tempo e a morte de meu pai, parti da vila em busca de meu destino. Lutei contra Kurii, e logo tinha homens que se tornaram irmãos de guerra e me acompanhavam. Partiamos por toda Gor em busca de riquezas e contratos que pudessem nos pagar algum conforto. Fora assim que conheci Draco de Gladsheim. Um irmão de machado. Fui contratado por ele para me unir a seu bando em um resgate. Um de seus homens fora traído e estava em poder de panteras. Partimos, mas durante a batalha, acabamos presos por elas. Era o habitat delas. Era uma tribo contra apenas 9 homens. Por sorte e desejo de Odin, Locke conseguiu um bom trade e fomos resgatados. Depois deste dia, não mais deixei o bando. Me tornei um mercenário de Draco. Honir de Tsiq-Jula.