terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Honir, o caçador de Kurii


Eu me chamo Honir. Honir de Skjemen. Sou um Torvalds. Um homem do norte nascido e criado sob o martelo de Thor. Não há outra palavra que eu conheça. Não aprendi os estudos das letras, como muitos dos fracos homens do sul. Não sei ao menos escrever o nome que grito nos campos durante a batalha. Mas sei cortar meus inimigos em dois com um só golpe. E para mim isso basta.

Em minha família sempre fora assim. Meu pai, Cerdic, era um grande caçador. Minha mãe era costureira, Meu pai me levava para as caçadas com ele. Desde muito cedo aprendi a viver na mata. A buscar as pistas dos animais entre as neves. A sentir o cheiro que vem com o vento. Odin me deu um grande tamanho, e como pagamento me encurtava a paciência. Eu nunca fui um homem de falar duas vezes. Acho que sou como meu pai, ou como o que me lembro dele.

Com os anos passando me tornei um caçador tão bom quanto meu pai. Meu tamanho me colocava em vantagens, e tinha a fúria. O Frenesi de Odin que em batalha me consumia. Nenhum dos guerreiros da minha vila havia visto algo daquela maneira. Eu me lembro bem. Foi durante um ataque das bestas. Elas invadiram a vila, queriam levar o primogênito do High Jarl. Invadiram à noite e covardemente, mataram a mãe da criança e levaram o pequeno. Eu me lembro de acordar em meio a madrugada com o toque do Horn da batalha. A correria dos homens se armando do lado de fora das casas, as tochas que eram acesas com óleo de baleia. Em poucos minutos estávamos todos reunidos diante da praça. Os grupos dos homens fora dividido e eu parti com o grupo do high jarl. Passamos horas em meio a mata e a neve, era difícil seguir o rastro daquelas bestas. Mas eu as encontrei. Estavam numa clareira, o pequeno amarrado como um escravo. Talvez estivessem esperando o navio de metal que os trazia. Não sei. Apenas me lembro de ouvir o grito de Falkes. Foi como se meu sangue fervilhasse e fluísse pelo meu corpo com a ferocidade de mil larls. Os músculos contraiam, e a garganta rasgava num grito como se pudesse estourar todos os vasos.

Contam que parti para cima deles. Contam que jamais viram um machado descer com tanta violência e força. Contam que quando me acertavam e me atiravam contra arvores que se partiam, eu me erguia. Repleto de sangue, do meu sangue.. e com novo grito me atirava contra as férias, decepando braços, abrindo peitos, rasgando faces. Meu machado bebia do sangue daquelas bestas. Os homens de meu grupo ajudavam a abater os Kurii. Logo o grupo de meu pai também chegava e não sobrava uma única besta que não houvesse manchado o branco da neve com o vermelho de seu sangue. A luta acabava. Mas contam que eu permanecia a gritar e bater contra tudo que se movia. Foram necessários 10 homens para conter a minha ira. Para aplacar o frenesi de Odin que estava em meu corpo. 10 homens para me segurar e avisar que havia acabado. Os kurii estavam mortos, o pequeno estava a salvo.

O que me lembro veio voltando em lampejos. Lembro da fogueira, lembro das bebidas, dos homens a rir. Lembro do sangue que cobria meu corpo. Dos agradecimentos. Das historias que contavam para as crianças sobre a luta. Da cicatriz que ganhei no rosto naquele combate. Naquela dia eu decidi que caçaria aquelas bestas. E arrancaria a cabeça de cada uma delas.. Com o tempo e a morte de meu pai, parti da vila em busca de meu destino. Lutei contra Kurii, e logo tinha homens que se tornaram irmãos de guerra e me acompanhavam. Partiamos por toda Gor em busca de riquezas e contratos que pudessem nos pagar algum conforto. Fora assim que conheci Draco de Gladsheim. Um irmão de machado. Fui contratado por ele para me unir a seu bando em um resgate. Um de seus homens fora traído e estava em poder de panteras. Partimos, mas durante a batalha, acabamos presos por elas. Era o habitat delas. Era uma tribo contra apenas 9 homens. Por sorte e desejo de Odin, Locke conseguiu um bom trade e fomos resgatados. Depois deste dia, não mais deixei o bando. Me tornei um mercenário de Draco. Honir de Tsiq-Jula.

Draco, o Ubar de Tsiq Jula

O que desejamos? Qual a distância real entre os anseios e as realizações? Não importa. Não faz diferença. Sou Draco. Draco de Gladsheim e entre as linha que tracei o meu destino guiado pela mão de Odin sou o que hoje desfruto. Sou filho de um primeiro machado e uma physician. Prometi a mim mesmo quando meu pai fora levado para o lado de Odin esperando o grande Vahala que jamais estaria sob a sombra de seu nome. Que começaria ali a minha historia e que não seria conhecido como o filho de Black Eye. Me instrui com escribas, aprendi a arte das letras e da leitura. Aprendi o oficio das cores e das expressões. Tornei-me um Rarius e com eles aprendi o dominio da guerra, da estrategia. As artes das armas ja havia adquirido na minha infancia em Gladsheim. Como Rarius em Schendi defendi reinados, protegi vilas, enfrentei tiranos. Mas o chamado dos ares fora maior e para Ar. La encontrei o meu companheiro de guerra, lá me tornei um tarnsman. Defendi o ubar com toda a força e valentia que haveria em minha alma. Mas os ventos do norte me sopravam aos ouvidos quando ia dormir. Voltei para o norte e para a vila onde nasci. Tornei-me um ferreiro, e depois a mesma posição que meu pai ocupou e por fim morreu empunhando o machado agora me pertencia. Eu era Draco, o primeiro machado de Gladsheim.
Então encontrei o desejo. O sabor do beijo escravo que enfeitiça e faz do proprio mestre o maior escravo. Encontrei o amor em doses avassaladoras de paixão e loucura. Desejei a escrava do High Jarl. O inevitável acontecia nas margens do rio que cortava a vila. Mesmo eu tendo sido tomado por toda a minha honra, e me negado a ceder a presença que me enfeitiçava, o clamor da minha pele pelo fogo escravo da menina me consumia e me entreguei a primeira quebra de meus principios. Eu a tive. E naquele momento, eu soube que não poderia ser diferente. Era minha e nada, nem ninguem mudaria isso do meu destino.
Tentei compra-la e me foi negada, fui expulso da vila, e ela levada por um Kur. Enfrentei a besta e a tive de volta. Segui viagem com os que me seguiam. Meus irmãos de machado, Locke e Tobyr. Eu me tornava um mercenário, um outlaw. Seguia viagem fazendo o que meu povo sabia fazer de melhor. Saquear. Juntei riquezas, acumulei escravos, mais homens se juntaram ao meu bando. Aos poucos meu nome foi tornando-se conhecido. Era Draco de Gladsheim, o mercador.
Mas quis o destino e os deuses novamente me soprarem os caminhos do norte, interrompendo minha viagem para Vena, para a venda de algumas escravas de minha caravana. Depois de um sonho, retornava para Gladsheim, levando Kalandra comigo. Havia um ataque das bestas na vila. E minha ajuda era necessária. Junto aos homens, enfrentamos bestas, vi moradores antigos morrerem. Vi minha mãe pela ultima vez partir dali.
Aos poucos, a ameaça das bestas se dissipava, como a nevoa verde que deles fazia parte. Com eles o High Jarl Robzz partia em busca de expiar seus pecados e por ter cedido espaço entre os Torvies para os iniciados dos Pks. E eu me tornei então Draco, o High jarl de Gladsheim. Libertei Kalandra para que se tornasse minha FC, e ela me deu dois filhos. Ivar e Thassia Leondegranz.
Havia ainda meus homens, havia ainda meu forte, e foi com os bens que acumulei que consegui ajudar a erguer novamente a vilal apos os ataques. Então mais um desastre caia sobre nossas cabeças. A guerra entre Kurii e PKs não terminava e Gladsheim estava no meio deles. A vila era destruida ante os ataques entre eles. Levei todos que podia para uma nova vida nas margens do Thassa. O forte se tornou um porto de trade, escravos eram trazidos e levados constantemente, a venda dos produtos, venda de escravos se tornava rentavel. Os homens continuavam em viagens para saquear para capturas. Tsiq Jula prosperava. Eu era então Draco, Ubar de Tsiq Jula.
Meus filhos ainda pequenos foram enviados sob a tutela de Robz que voltava a exercer o papel de escriba. Para que pudessem aprender o oficio das letras. Mais tarde, Thassia e Ivar eram mandados para Ar. Ela para estudar na Universidade de Physicians, como a avó e a mãe, uma haruspex. E Ivar para a academia de Rarius, para ser um tarnsman. Minha mulher, meus filhos, minha familia, meus homens, são tudo que tenho. Hoje existem familias que vivem sob a minha proteção e minhas leis. Obedecem aos meus designios e são agradecidos pela segurança que lhes dou. Eu lutei tanto para não estar a sombra de meu pai, e hoje vejo que sou muito mais do que ele um dia sonhou.
Sou Draco, de Tsiq Jula.